Disco VG/Capa VG
A trilha sonora do filme A Clockwork Orange (Laranja Mecânica) foi lançada em 1972, como um complemento à obra cinematográfica dirigida por Stanley Kubrick e baseada no romance homônimo de Anthony Burgess. A música desempenha um papel central na narrativa do filme, ajudando a intensificar tanto as cenas de violência quanto as de reflexão filosófica. Kubrick, conhecido por seu uso inovador da música, selecionou uma combinação de composições clássicas de Beethoven e Rossini, além de músicas eletrônicas que marcaram época.
A trilha foi composta principalmente por Wendy Carlos, pioneira no uso do sintetizador Moog, que adaptou peças clássicas para uma estética eletrônica. Essa fusão criou uma sonoridade única, futurista e perturbadora, que se tornou um elemento central para a atmosfera distópica e surreal do filme.
História da trilha sonora:
Kubrick escolheu Carlos para trabalhar na trilha após seu sucesso com o álbum Switched-On Bach, onde ela reinterpretou peças de Bach usando o sintetizador Moog. Combinando clássicos e eletrônica, Carlos criou uma trilha envolvente que, junto com as escolhas de Kubrick, trouxe novas camadas de significado para a obra. A trilha sonora inclui também trechos de obras de Beethoven, uma referência ao amor do protagonista, Alex, pela música clássica, especialmente pela "Nona Sinfonia".
Faixas do álbum:
-
Title Music from A Clockwork Orange – Uma versão eletrônica da Music for the Funeral of Queen Mary de Henry Purcell. A melodia sombria serve como introdução e captura o tom distópico do filme.
-
The Thieving Magpie (Abridged) – Composição de Gioachino Rossini, utilizada no filme durante uma cena de luta. A música é enérgica e cria um contraste irônico com a violência da cena.
-
Theme from A Clockwork Orange (Beethoviana) – Wendy Carlos transforma elementos da obra de Beethoven, criando uma versão eletrônica que evoca o fascínio de Alex pela Nona Sinfonia.
-
Ninth Symphony, Second Movement (Abridged) – Trecho da Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, um tema recorrente no filme, representando o prazer de Alex pela música clássica.
-
March from A Clockwork Orange (Ninth Symphony, Fourth Movement, Abridged) – Outra adaptação eletrônica da Nona Sinfonia, feita por Wendy Carlos, que adiciona um tom futurista ao clássico de Beethoven.
-
William Tell Overture (Abridged) – De Rossini, essa peça clássica é usada em uma das cenas mais famosas do filme, criando um efeito contrastante com a brutalidade mostrada.
-
Pomp and Circumstance March No. 1 – Edward Elgar. Outra peça clássica usada de forma irônica para acentuar o tom satírico e distorcido da narrativa.
-
Pomp and Circumstance March No. IV – Outro trecho de Elgar, que, assim como a faixa anterior, é usada para aumentar o tom sarcástico e surreal de algumas cenas.
-
Overture to the Sun – Composta por Terry Tucker, essa faixa contribui para a atmosfera surreal do filme, especialmente em cenas de distorção e desequilíbrio.
-
I Want to Marry a Lighthouse Keeper – Uma faixa leve e alegre de Erika Eigen, usada de maneira irônica para contrastar com a natureza perturbadora do filme.
-
Suicide Scherzo (Ninth Symphony, Second Movement, Abridged) – Outra adaptação da Nona Sinfonia, intensificando o efeito emocional da música de Beethoven ao longo do filme.
-
Ninth Symphony, Fourth Movement (Abridged) – A Nona Sinfonia de Beethoven aparece novamente, marcando a relação entre a música e a moralidade questionável de Alex.
-
Singin’ in the Rain – A versão original de Gene Kelly, usada de forma chocante e irônica em uma das cenas mais controversas do filme, para criar um contraste entre inocência e violência.
Recepção e impacto:
A trilha sonora de A Clockwork Orange foi aclamada e é considerada uma das mais inovadoras do cinema. A mistura de música clássica com arranjos eletrônicos e o uso irônico de canções tradicionais transformou a trilha em um marco cultural. A escolha das músicas contribuiu para a atmosfera psicologicamente perturbadora do filme, explorando temas de violência e moralidade.
